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Notícias: Fórum MPHP - Aqui Você tem a palavra! Procure controlar sua ideologia, tanto quanto isto for possível.
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Mark 9:42 E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma grande pedra de moinho e que fosse lançado no mar.

Gostaria de convocar alguém que tenha alguma interpretação do contexto deste versículo. Parece-me um pouco radical para a filosofia de Cristo. Ele foi citado em um Fórum como justificação para evitar-se abusos em costumes (brincos, maquiagem roupas audaciosas etc).

Aíla vc. poderia nos dizer algo? Existe algum estudo sobre este versículo?
« Última modificação: 28:02:08:13:19:28 por administrador » Registrado

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16:05:07:14:52:11
Aíla
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Ola
Existe sim, esta era uma forma de execucao de condenados...
Eu preciso de tempo, porque nao tenho certeza onde li isto, creio que foi numa enciclopedia sobre os costumes do Imperio Romano. Mas eu lembro bem que se trata de um metodo de execucao, para crimes hediondos contra criancas, creio. Era uma forma terrivel de morrer. Mas por enquanto fiquemos com a orientacao que Jesus disse que seria melhor sofrer esse tipo de execucao do enganar uma pessoa inocente, ou ingenua, atraves da religiao. Escandalo era a pedra que se usava em armadilhas para pegar animais. Ele faz um trocadilho entre escandalo e pedra de moinho. Espero ainda hoje postar algo sobre isso.
Desculpe a falta de acentos, eh o teclado. Ateh.
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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16:05:07:16:47:10
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Obrigado Aíla, aguardo ansioso.

Postei isto na JH e vc. não imagina a miríade de interpretações que nossos amigos estão dando.
No entanto, eu gostaria de algo mais profundo para polemizar, no bom sentido, no Fórum da Arca Universal (IURD) aonde estou sofrendo bastante.

À propósito, vc. já está na Espanha?
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16:05:07:22:49:42
Aíla
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Oi
Sim, eu estou na Espanha e para mim já faz uma eternidade.
Como o Sr tá querendo uma coisa caprichada, então eu vou deixar para amanhã. Já são quase 11h e ainda tenho que preparar um "paper" para o professor do primeiro horário de amanhã. Eu já encontrei o material. Eu poderia ter adiantado alguma coisa hoje à tarde, mas a bateria do meu computador acabou e eu estava sem os cabos.
Desculpe-me pelo sumiço de vez em quando, é que estou sem tempo. Mas sempre visito a MPHP.
Até amanhã.
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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17:05:07:14:12:40
Aíla
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Olá Sr Mário
Aqui está o texto como prometi. Desculpe se não saiu muito caprichado, mas foi o mais didático que pude fazer, espero que eles entendam. Mas não fique triste se o resultado não for o esperado, é que eles não gostam muito da teologia, sabe?
Aí vai:

Melhor tradução:

Mc 9,42 E quem escandalizar a um destes pequeninos que crêem [em mim]*, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado** no mar.

* expressão que não está na maioria dos manuscritos mais autorizados.
**Os verbos estão na terceira pessoa do singular.

1. Vocabulário:
skandalízo = verbo derivado do substantivo skándalon que literalmente significa "pedra que faz cair". Era usada em armadilhas para caçar animais, é da mesma raiz de skápto "cavar a terra" (Lc 16,3). Tanto o substantivo quanto o verbo podem ser usados metaforicamente com o sentido de fazer alguém cair na fé (pecar), ou fazer alguém perder os bens materiais, ou para qualquer outra situação que lembrasse uma caída em uma armadilha.

mikrós = pequeno, no sentido de baixa estatura, de baixa classe social, de pouca maturidade, metaforicamente significa inocente ou ingênuo

mýlos = pedra de moinho
mýlos onikós = pedra de moinho puxada por asnos


2. Gênero literário:

Mashal = termo hebraico que significa "ser semelhante", "comparar". Neste caso, trata-se de uma comparação: “melhor X que Y”.

O mashal era muito utilizado pelos rabinos e está presente no livro dos Provérbios.

Havia um certo tipo de mashal, que hoje os estudiosos chamam de “mashal popular” que era tão rude e unilateral que o livro bíblico o completa com outro provérbio. Mas o objetivo do mashal popular era chocar o ouvinte e era muito utilizado pelos sábios judeus.

Exemplo: Pr 16,19 É melhor humilhar-se com os humildes do que repartir o despojo com os soberbos.

Ninguém concordaria com uma coisa dessas, nem o sábio que o compilou. Mas o objetivo é menosprezar os soberbos, nada mais que isso.

Exemplo: Pr 17,1 É melhor é um pedaço de pão seco, em paz, do que uma casa farta de carnes, com contendas.

Objetivo: destacar o valor da paz.

3. A pedra do moinho:

Ter pendurado ao pescoço uma pedra de moinho e ser lançado no mar é um método de execução de condenados à pena de morte. Foi praticada pelos gregos, sírios, e romanos. Uma pedra de moinho era amarrada ao redor do pescoço do criminoso com uma corda, e ele era lançado no oceano, lago ou rio. A pedra de moinho ou mó era uma pedra grande circular usada para moer trigo e outros grãos transformando-os em farinha. Era girada ao redor de uma haste por um homem ou por um animal, como um boi ou asno. A mó girada por um animal era maior. Isto dá o elemento do exagero (subtendido): uma grande pedra em comparação com o termo mikrós (pequeno) e escandalizar (pedra pequena de armadilha).

Tendo a pedra atada ao pescoço, a cabeça do condenado ia diretamente para baixo (comparação com queda do escândalo).

Seria impossível para o condenado conseguir nadar. A morte por afogamento aconteceria dentro de alguns segundos como uma luta histérica para voltar à superfície.

O fundo do mar causava horror ao imaginário das pessoas daquela época, Acreditavam que estava cheio de monstros. O corpo do condenado jamais receberia um sepultamento digno, sua alma ficaria para sempre presa ao fundo do mar com os monstros.

Era uma condenação para crimes hediondos.

4. O contexto literário desse mashal:

Certamente Jesus não está prescrevendo a pena de morte como castigo para esta atitude, mas está enfatizando a gravidade de se fazer cair um pequenino, um ingênuo, um inocente, um neófito.

O texto de Mc 9,42 pertence a uma cadeia de mashalim (plural). Essa cadeia começa nos seguintes versículos:

Mc 9,33-36: Tendo eles partido para Cafarnaum, estando ele em casa, interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho? Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos. Trazendo uma criança, colocou-a no meio deles e, tomando-a nos braços, disse-lhes:

Então, trata-se de um ensino para os Doze, de forma didática, através da visualização de uma criança. É um ensinamento para a liderança da comunidade que está preocupada em garantir a si mesma o poder de governo e vantagens que isso possa trazer. É um ensinamento para líderes religiosos gananciosos em contraposição à inocência de uma criança.

A cadeia de mashalim termina no texto seguinte:

Mc 10,1: Levantando-se Jesus, foi dali para o território da Judéia, além do Jordão. E outra vez as multidões se reuniram junto a ele, e, de novo, ele as ensinava, segundo o seu costume.

Isto significa que todos os mashalim que estão entre os textos Mc 9,42 e Mc 10,1, são dirigidos às lideranças religiosas, os Doze. Trata-se sobre o tema “menor” e “maior”, “pior e melhor”. Isto é, trata-se sobre o que agrada a Jesus e sobre o que o desagrada. Trata-se em última análise da humildade que os líderes devem ter e do cuidado que devem ter com as pessoas simples.

Fonte para maiores detalhes:

Isidore SINGER & Cyrus ADLER (ed), The Jewish Encyclopedia: a descriptive record of the history, religion, literature and customs of the Jewish people from the earliest times to the present day, New York – London: Wagnalls Company, 1925.
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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18:05:07:22:47:56
Aíla
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Olá
Eu li, em outro fórum, uma coisa que o Felipe Morgan escreveu. Aí está um quote:

Citar
A expulsão dos vendedores é um dos episódios mais estranhos da vida de Jesus porque nos mostra um Jesus muito diferente do que estávamos acostumados a ver. Como é possível harmonizar este Mestre violento e intolerante com aquele outro pacífico e sereno que pregava na Galiléia, capaz de compreender os pecadores e atuar com serenidade até mesmo nas situações mais tensas? Provavelmente o episódio é uma interpolação posterior ou má interpretação.

O episódio é estranho, sobretudo porque não nos permite entender que intenção tinha Jesus quando realizou esse gesto. Inicialmente pareceria que quis purificar o templo das atividades comerciais que aí realizavam. Mas na realidade Jesus nunca se importou com a pureza do templo. Jamais nos Evangelhos o vemos demonstrar interesse pelo decoro da liturgia nem pelo recato dos sacerdotes nem pela exatidão dos rituais que estes ofereciam. É certo que freqüentava o templo para as grandes festas, como qualquer outro judeu, e com freqüência pregava ali. Mas nunca se preocupou pelo culto nem por sua pureza. Por que nesse momento se enfureceu com a presença dos vendedores?

Ademais, os vendedores e cambistas não faziam nada mal. Pelo contrário, ajudavam os peregrinos a cumprir com suas necessidades para o culto. E, por outra parte, não estavam localizados propriamente no templo, e sim no átrio exterior, não considerado como lugar sagrado. Por que é que Jesus, então, ficou furioso?

Hum...
Eu tenho outra explicação sobre isso...
Aparentemente Jesus foi violento, como no caso de Mc 9, 42.... mas depois de explicado não parece tão violento assim... Bem não sei se vão querer ler minhas explicações...
Então deixa pra lá...
Tchau!
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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19:05:07:01:13:08
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E porque não? Claro que gostaríamos suas explicações são sempre apreciadas.

Eu li em James Tabor, "A Dinastia de Jesus" uma explicação também para isto.

Será que é a mesma que vc. está pensando?
« Última modificação: 19:05:07:01:20:48 por administrador » Registrado

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20:05:07:11:24:30
Aíla
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Oi
É um "pouquinho diferente" da explicação do Tabor :
D
Citação de: Felipe Morgan
Por que aqueles vendedores estavam no templo?

Porque quando um judeu queria oferecer sacrifícios a Deus não podia levar qualquer animal ao templo. Não deveria ter defeitos nem impurezas nem manchas. E um animal assim não era fácil de encontrar. Ademais, muitos judeus chegavam a Jerusalém desde muito longe e não era cômodo vir carregando o animal. Então os vendedores do templo economizavam o trabalho, garantindo-lhes a pureza do animal. Por outra parte, os judeus com mais de 20 anos deviam pagar um imposto anual ao culto. Mas a moeda romana (a única que circulava na Palestina) não era aceita no templo por ter a imagem do imperador gravada . Também não aceitavam as moedas estrangeiras que os judeus traziam de outros países. Só eram admitidas umas moedas especiais, cunhadas na cidade de Tiro. E os cambistas forneciam aos peregrinos essas moedas.

Esse comércio religioso, tolerado pelos sacerdotes, que recebiam uma parte dos lucros, era feito no átrio exterior do templo, chamado Átrio dos Gentios ou dos Pagãos.

Ok, era isso mesmo. Concordo plenamente. Mas precisamos entender alguns detalhes.

Em primeiro lugar, esta passagem é uma adição posterior ou pertenceria aos atos do Jesus Histórico?

Alguns pesquisadores defendem que a preocupação com o Templo não pode ser uma criação da Comunidade. Os cristãos estão empenhados em que todos venham a adorar a Deus por meio de Jesus Cristo e não que os povos fossem a Jerusalém para adorar a Deus no Templo. Essa seria, portanto, uma autêntica tradição de Jesus.

Mas também temos a posição defendida por Morgan e por muitos estudiosos:


Citação de: Felipe Morgan
A expulsão dos vendedores é um dos episódios mais estranhos da vida de Jesus porque nos mostra um Jesus muito diferente do que estávamos acostumados a ver. Como é possível harmonizar este Mestre violento e intolerante com aquele outro pacífico e sereno que pregava na Galiléia, capaz de compreender os pecadores e atuar com serenidade até mesmo nas situações mais tensas? Provavelmente o episódio é uma interpolação posterior ou má interpretação.

O episódio é estranho, sobretudo porque não nos permite entender que intenção tinha Jesus quando realizou esse gesto. Inicialmente pareceria que quis purificar o templo das atividades comerciais que aí realizavam. Mas na realidade Jesus nunca se importou com a pureza do templo. Jamais nos Evangelhos o vemos demonstrar interesse pelo decoro da liturgia nem pelo recato dos sacerdotes nem pela exatidão dos rituais que estes ofereciam. É certo que freqüentava o templo para as grandes festas, como qualquer outro judeu, e com freqüência pregava ali. Mas nunca se preocupou pelo culto nem por sua pureza. Por que nesse momento se enfureceu com a presença dos vendedores?

E então, quem estará com a razão?  As duas opiniões têm lógica.

Vão pensando aí que depois eu volto.

Tchauzinho.
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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21:05:07:23:52:56
Aíla
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Oi
Citação de: Felipe Mogan
Esse comércio religioso, tolerado pelos sacerdotes, que recebiam uma parte dos lucros, era feito no átrio exterior do templo, chamado Átrio dos Gentios ou dos Pagãos.
Muito bem. O templo era dividido em vários recintos, do mais exterior ao mais interno:
1) Pátio dos gentios
2) Pátio das mulheres
3) dos homens judeus em geral
4) Santo: dos sacerdotes
5) Santo dos Santos: só o sumo sacerdote entrava aí, em um único dia do ano, no Yom Kippur ou dia do perdão.

Dê uma olhadinha nesta planta para entender melhor, deu muito trabalho para fazer, agora quero que todos vejam  Contente
Clique aqui
Bem, viram esta frase aí na planta, o gentio que fosse além do pátio reservado a ele, seria morto.
Mas isto veio depois, foi xenofobia posterior.
Sabe qual o objetivo do pátio dos gentios?  Para que eles pudessem receber o conhecimento e a sabedoria dos livros dos judeus, para que conhecessem e amassem o Deus de Israel, para que bebessem desse conhecimento tão antigo e tão ético.

Pois bem, veja essa citação:

Mc 11:15-17 "E foram para Jerusalém. Entrando ele no templo, passou a expulsar os que ali vendiam e compravam; derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. Não permitia que alguém conduzisse qualquer utensílio pelo templo; também os ensinava e dizia: Não está escrito: A minha casa será chamada casa de oração para todas as nações? Vós, porém, a tendes transformado em covil de salteadores".

A menção aos utensílios e ao covil de salteadores remete a Zc 14,20-21 que se refere às panelas e aos mercadores no Templo. A expressão covil de ladrões é de Jr 7,11.

Isso significa que Jesus está se colocando dentro da corrente profética desses dois antecessores. Por isso o que ele faz é uma profecia em atos como aquelas que esses dois profetas (e outros) faziam.

A explicação que Jesus dá para a sua profecia em atos é outra passagem bíblica, a qual é a chave de interpretação desse texto inteiro.

"minha casa será chamada casa de oração para todas as nações" Is 56,7.

Isso significa que Jesus não  ficou "violento" por causa do templo. Como foi dito, ele pouco se importava com purificações do templo. O que o deixou irritado foi a falta de respeito das autoridades do templo para com os gentios, para com as pessoas de outras nações. Pois se o lugar que era reservado aos gentios para receberem a sabedoria e o conhecimento foi transformado numa zorra de vendodores e animais, como os gentios poderiam orar ali?  Quem lhes transmitia o conhecimento e a sabedoria dos livros judaicos? Ou seja, os gentios não tinham mais nenhum acesso ao templo. E Jesus não pode suportar uma falta de respeito dessas com a dignidade das pessoas pertencentes a outras nações. Aquele lugar não era para animais nem para comércio, era reservado aos gentios.
As autoridades do templo estavam mais preocupadas em ganhar dinheiro que com as pessoas, os gentios. Esse comércio era necessário, como foi mencionado, mas não no pátio deos gentios.

Eu também teria ficado furiosa com uma falta de respeito dessas.

E aí, o que achou da minha explicação? Quero ver a resposta postada aqui.
Abraços
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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28:05:07:22:30:04
Aíla
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Olá Sr Mário
Talvez fosse melhor editar o título desse tópico para que as pessoas que buscam o fórum possam situar-se melhor. Assim poderíamos conversar sobre diversas passagens difíceis. Que acha? 


Ainda estou devendo uma explicação sobre 1Cor 3,19. É que estou com pouco tempo. Mas eu poderia postar a resposta aqui caso o título do tópico mude.
Às vezes fico desmotivada de postar porque não tenho feedback apesar de tantas visualizações. Em todo fórum que escrevo é sempre assim, muitas visualizações e nenhum feedback. Eu queria aprender com as pessoas. Vi que na arca já teve bastante visualizações também... o Felipe Morgan desistiu de postar?
Sobre qual tema estão debatendo na JH? Já terminaram o tema sobre Jesus e as Mulheres?
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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6:06:07:01:02:13
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Olá Aíla
Desculpe a demora, tive dois problemas sérios.
Primeiro o falecimento de meu sogro que morava conosco e logo em seguida peguei Dengue.
Não quero para meu pior inimigo que aliás nem tenho. Uma horrível dor no corpo e uma sensação de enjôo constante que dá vontade de abandonar tudo.
Minhas plaquetas chegaram a 40.000, o normal em um adulto é 150.000 +.
Acho que o FM desistiu do Fórum IURD, muito fanatismo, mas está no YR acho que também desistindo.
Agradeço qualquer coisa que vc fizer pelo Fórum, não sei porque ainda não deslanchou, o YR está cheio de bobagens e nós aqui não conseguimos crescer.

http://br.answers.yahoo.com/dir/;_ylt=Ak0gpVEAIWjrWELo8D9CKMHrExV.?link=list&sid=396545163

No mês de maio o JH bombou com mais de 400 mensagens, mas o Sérgio ainda não colocou o resumo do tópico Jesus e as mulheres. Estão todos com saudade de vc. e o Sérgio até postou uma mensagem daqui lá para matar a saudade de todos. Mas ele não se cadastrou por aqui ainda.
« Última modificação: 6:06:07:01:05:31 por administrador » Registrado

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6:06:07:11:48:25
Aíla
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Olá
Lamento pelo falecimento de seu sogro, mas como o Sr mesmo disse que ele já era bem velhinho, então deixemos que as leis de Deus posta na natureza sejam cumpridas. Envio um forte abraço para sua esposa.
Espero que esteja sentindo-se melhor agora. Eu já tive Dengue sei o que é isso. Eu chorava e pedia a Jesus para me levar o tempo todo. Fui parar no hospital, porque a febre me fazia delirar muito, estive à beira de um AVC.
Fico feliz pelo Morgan ter desistido da Arca. Aquilo é um desgaste inútil... não compensa tanto cansaço. Eu participo de um fórum evangélico que me aceita como católica e que alguns tópicos são aboobrinhas, estes eu nem abro pra ver, mas outros são muito sérios. Eu abri umtópico lá que já teve (até hoje: 06.06.07) 5.297 visualizações e 241 respostas, tudo coisa séria. Ultimamente está totalmente abandonado por causa de minha pouca participação e recebo e-mails o tempo inteiro me pedindo para postar.
O YR é pior. Muitos se dizem ateus e não sabem nem o que é isso. O ateísta verdadeiro é alguém que ama tanto o ser humano e deseja tanto um mundo melhor, que não consegue perceber o amor e/ou o poder de Deus num mundo violento, injusto e com tantas enfermidades; e por isso se torna ateísta ou ateu. Mas esses carinhas bobos que têm problemas afetivos  e querem apenas chamar a atenção não são ateus, nem sabem o que é isso, nem estudam as religiões e não tão nem aí para o semelhante. Eu não perco meu tempo com eles.
Os tópicos não deslancharam no feedback, mas há muitas visualizações. Às vezes as pessoas não tem informações para contrapor ou comentar as postagens. E então apenas lêem e vão embora. Mas poderiam fazer perguntas, isso seria legal. As melhores coisas que já escrevi foi por causa de perguntas que me fizeram.
Eu vou continuar postando se sei que o Sr está aí. Não gosto de falar para ninguém.
Eu sinto saudades de JH também, foi um ano inteiro muito intenso. Eles gostam de debater. Falam sobre tudo, menos sobre Jesus Histórico, é engraçado, mas acabamos aprendendo muitas coisas com tantos temas que vão postando. Só que minhas postagens só eram comentadas se tivessem algumas heresia, aí o Sr Gildemar defendia a sã doutrina cristã, como foi o caso da relação entre os 12 apóstolos e o zodíaco.
Falando nisso, o Sr Gildemar está cadastrado aqui também, só que até agora não postou nada, creio que está com falta de tempo, mas esse é um problema de todos nós, tempo.
Abraços
Aíla.
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28:02:08:06:40:09
brian_kibuuka
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Caros Colegas,


Gostaria de propor uma tradução para o texto.

A tradução proposta pela Aíla é:

Citar
Mc 9,42 E quem escandalizar a um destes pequeninos que crêem [em mim]*, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado** no mar.


O pronome relativo no nominativo singular "hós", quando aparece com a partícula "án" (também "eán" em Mt 5.19,32) denota um tempo futuro indefinido. Logo, entendo que não deve ser traduzido simplesmente por "quem", mas por "quem quer que" ou "qualquer que" - puro preciosismo. A partícula também denota aquilo que é esperado que ocorra, quando acompanhada de um subjuntivo (que é o caso). Logo, o verbo skandalízo, que está na terceira pessoa do subjuntivo presente ativo (skandalízei) deve ser traduzido segundo esta noção. A tradução fica, por enquanto, assim:

"E qualquer que escandalize"

Sem me deter nas minúcias seguintes, proponho a seguinte tradução literal, sabendo-se que a presença do kaí em Marcos segue o "vav consecutivo" do hebraico, tornando os verbos todos conjugados como o primeiro:

"E qualquer que escandalize (aoristo no subjuntivo) um desses pequeninos, desses da crença (em mim), bom é para si se é atada (o verbo é passivo) (uma) pedra de moinho de asno (sing) em volta do pescoço dele e é lançada (o verbo é passivo: bébletai) para (eis+acusativo, designando o adjunto adverbial de lugar para onde) o mar.

Quanto à purificação do Templo, uma informação:
Jesus derrubou a mesa dos kollubistaí (cambistas) e a cadeira dos que katéstrepsen (venderam, o verbo está no aoristo, não no imperfeito) pombas... Ele não permitia que alguém conduzisse skeúos (vasos, vasilhas). O ato de Jesus eliminou a troca das moedas pela moeda do Templo (tíria, segundo Joachim Jeremias), acabou com a compra dos sacrifícios (cadeiras de vendedores) e fez cessar o sacrifício dos animais já pagos e levados para o altar. Em minha opinião, cá está a causa da sua morte (Ver: VOLKMANN, M. Jesus e o Templo). Para não haver sedição e interferência, orquestraram sua prisão num horário e local mais propícios, sem maiores agitações.


Abraços a todos,

Brian
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28:02:08:17:21:04
Aíla
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Ok, mas só quero ressaltar que não se tratava do templo inteiro, apenas do pátio dos gentios. Jesus não era contra o templo, ele como outros rabinos (da Babilônia, por exemplo) e o pessoal de Qumran tinham uma atitude de relativização do templo. Isso é algo genuíno à própria fé de Israel, que existe com templo ou sem templo. O templo é secundário, os serviços no templo só existiam em função da Torah. Era porque os judeus não conseguiam cumprir a Torah que se foi instituindo o sistema sacrificial para expiar as faltas em relação a esse não cumprimento. Por isso, o bom israelita tinha isso em conta, Jesus inclusive. Relativizar o templo não era o mesmo que blasfemar contra o templo, acusação que Jesus e os seguidores receberam.
Obrigada pela postagem, às vezes o monólogo cansa.
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"Os homens sentem mais necessidade de curar suas doenças do que seus erros" - De Ségur (literata francesa, 1799-1874)
 

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29:02:08:01:39:51
brian_kibuuka
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Olá Aíla e demais colegas,

Quero comentar esta informação sobre o pátio dos gentios.

Você está certa: o pátio era dos gentios. Mas entendamos o que Jesus fez (em minha opinião).

Os judeus chegavam nas caravanas até a cidade para as festas e sacrifícios.

Sua moedas para nada serviam no Templo. Tinham que ser trocadas por moedas específicas para o imposto e a compra do animal "kasher" para o sacrifício.

Então, eles faziam o câmbio ali, no Templo. E os sacerdotes já "embolsavam" uma porcentagem do dinheiro.

Vamos imaginar agora: com dinheiro "kasher" na mão, o sacrificante vai comprar um animal "kasher". Ora: o Monte das Oliveiras, que ficava ali pertinho, era um grande mercado (ao contrário do que nos faz pensar a iconografia cristã). Mas, caso o judeu pobre comprasse suas rolinhas para o sacrifício, ela era rejeitada, pois não atendia as normas de pureza. Logo, eles tinham que comprar animais dos sacerdotes, muito mais caros (especialmente nos dias de festa).

Amiga Aíla: imagine um pobre comprar uma pombinha por um preço DEZ VEZES MAIOR que o normal. Imagine que ele não podia caçar uma rolinha e apresentá-la ao sacrifício. Aíla, a não-participação nos sacrifícios tornava muitos uma parte do grande grupo dos "am ha-aretz".

A terceira etapa: sacrificar.

Na passagem de Marcos, Jesus, de fato, chamou a atenção para a verdade sobre o Templo: ele é a "casa de oração" para TODOS os povos. Porém, é preciso destacar: ele atentou contra os sacrifícios ao executar a tripla ação profética contra os sacerdotes cambistas, vendilhões e que levavam utensílios para o sacrifício.


Vamos falar um pouco da moldura do texto:

Antes do episódio do Templo, a multidão de peregrinos pede (Mc 11.9): hosanná! (salve-nos!).

Pois bem:  o verso 11 diz que "quando entrou em Jerusalém, no templo, tendo observado tudo, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze."

O propósito redacional de Marcos é mostrar que o ato de Jesus foi pensado, refletido. Tem ligação com o clamor da multidão que, à semelhança dos judeus que acolheram Judas Macabeu, pediram ajuda, auxílio.

O texto está claramente a indicar a razão da morte de Jesus: não a blasfêmia contra o Templo (você, Aíla, está certa), mas a explicitação do uso pervertido do mesmo pelos sacerdotes.

O verso 18 afirma: "E os principais sacerdotes e escribas ouviam estas coisas e procuravam um modo de lhe tirar a vida; pois o temiam, porque toda a multidão se maravilhava de sua doutrina."

Olhe bem: nada foi feito com Jesus na hora. Por quê? Porque os romanos, em dias de festa e sacrifícios, ficavam à espreita. As sedições eram sempre tratadas com rigor (vide rebeliões nos anos 4, 7, 13, 17, 22, 29). Estas sedições prejudicavam os sacrifícios e os negócios.

Ainda que pareça muito político o que digo, e confesso que é, pelo menos é um olhar...

Os judeus daquela época queriam Jesus morto porque era considerado blasfemo? Por que se dizia Messias?

Não!

Lembremo-nos do processo no sinédrio. O texto (em Marcos, pois pode ser uma tradição deste evangelista apenas, depois a gente discute isto) é o seguinte (Mc 14.56-59):
"E, levantando-se alguns, testificavam falsamente, dizendo: Nós o ouvimos declarar: Eu destruirei este santuário edificado por mãos humanas e, em três dias, construirei outro, não por mãos humanas.  Nem assim o testemunho deles era coerente."

Perceba: os adversários de Jesus entendiam que ele gostaria de assumir o controle do Templo. Há um contexto político na descrição de Marcos...

Fico por aqui, dizendo que espero fazer companhia à solitária Aíla e aos demais colegas de fórum.

Abraços,

Brian
 
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