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Quinta-feira, Novembro 12, 2009

Apagão ideológico


Já discutimos aqui nesse Blog a questão do uso de ideologia prévia nos debates e gostaríamos de voltar ao tema relativamente ao confronto, infelizmente, político que se está instalando na sociedade brasileira após o apagão de 10/11/2009.

Ao analisarmos as manifestações das autoridades do setor elétrico percebemos um excessivo cuidado nas declarações, além de uma completa indefinição de quem seria o interlocutor indicado para a comunicação com a sociedade. Tudo isto acaba por levar os esclarecimentos para longe da vertente técnica do problema, em favor de considerações que formem uma blindagem política para o governo e,especialmente, para a candidata Dilma Rousseff.

Paralelamente, políticos da oposição, ao perceberem que podem causar um ponto de vulnerabilidade na campanha da candidata oficial, procuram levar o debate, exatamente, para o campo político. Do outro lado, os políticos da base do governo trabalham também na construção da blindagem citada.

No mar de informações desencontradas e pouco consistentes que deixa a sociedade perplexa e mal informada, apresentaremos dois comentaristas que se destacaram positivamente no cabedal de bobagens veiculadas e um outro que encarna toda a problemática causada pela influência de ideologia prévia.

A primeira manifestação pró-ativa foi uma breve entrevista do Professor Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás no primeiro governo Lula. Sua manifestação foi lúcida e desprovida de viés.

A segunda manifestação pró-ativa foi o pronunciamento do Senador Delcídio Amaral, no plenário do Senado em 11/11/209.

Como ex-engenheiro atuante no setor elétrico, o Senador Delcídio fez uma análise perfeita colocando a questão em sua dimensão correta, valendo lembrar sua condição de senador do PT o que torna ainda de maior valor o seu pronunciamento.

Como exemplo de como a ideologia afeta nossos julgamentos apresento a entrevista do Professor José Goldemberg, na radio CBM, ao Herótodo Barbeiro, nesta quinta feira, às 07:40 da manhã.

Nesta entrevista, Goldemberg não conseguiu se desvencilhar de sua condição de membro do PSDB e ex-ministro do governo FHC emitindo uma série de comentários ideológicos, com conotação nitidamente política, totalmente desvinculados daquilo que poderia se esperar de um técnico do setor elétrico.

Ouça a entrevista do Professor Goldemberg.

Interessante notar que José Goldemberg e Luiz Pinguelli Rosa já militaram na mesma fileira quando se opunham à instalação de usinas nucleares planejada pelos governos militares. Aparentemente, ambas ideologias foram amenizadas após o exercício de suas funções no governo, um como ministro do meio ambiente, outro como presidente de estatal do setor elétrico.

Concluindo, gostaria de sugerir a leitura do link postado no início deste artigo que leva a um texto exclusivo sobre a medida da ideologia pessoal nos debates que travamos.


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Quinta-feira, Agosto 02, 2007

As Meninas do Jô e o Apagão Aéreo



Gosto muito e assisto normalmente o Programa do Jô, especialmente, nas quartas-feiras quando entram em cena as "Meninas do Jô" e Lúcia Hypólito, Cristiana Lobo, Lílian Witte Fibe e Ana Maria Tahan comentam os assuntos mais quentes do momento. Ontem um dos assuntos foi a crise áerea.

Nesta quarta-feira, 01/08/2007, acho que as meninas estavam um pouco desfocadas ao comentarem a questão das Agências Reguladoras. Pareciam não entender bem o objeto das agências e cometeram alguns deslizes como por exemplo a afirmação de que foram criadas para substituir ministérios. Aparentemente também, tanto quanto o Jô, desconheciam que a independência deste tipo de agência é algo comum no mundo todo.

Preocupa-me este tipo de informação equivocada em um programa sabidamente formador de opinião como até prova a carta lida no início da exibição por um telespectador de apenas 18 anos.

Apesar disto, o programa foi muito bom como sempre e foi triste constatar que continua o loteamento político de cargos e que pressões dos partidos permanecem sobre assuntos importantes como ameaças de obstrução da votação da CPMF se determinado político do partido A ou B não for nomeado como prometido. Pior ainda, o receio que o novo Ministro da Defesa (do PMDB) tenha sucesso em sua tarefa e se torne um presidenciável de peso nas eleições de 2010.

Realmente somos uma democracia de araque.

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